O ano de 2024 foi marcado por eventos climáticos extremos no Brasil e ao redor do mundo. Secas, incêndios, enchentes e ondas de calor mostraram o impacto real das mudanças climáticas. Além disso, conquistas importantes surgiram como um respiro em meio ao caos, trazendo esperança para 2025. Neste texto, vamos explorar os principais eventos, os avanços e as perspectivas ambientais para o próximo ano
Um Ano de Eventos Climáticos Extremos
O planeta viveu seu ano mais quente registrado até agora. As temperaturas ultrapassaram, pela primeira vez, a marca histórica de 1,5°C de aquecimento. Esse limite, alertado por cientistas há anos, resultou em impactos severos.
No Brasil, as enchentes no Rio Grande do Sul trouxeram um cenário devastador. Entre abril e maio, o estado registrou chuvas até seis vezes superiores à média histórica. Como consequência, 2,4 milhões de pessoas foram afetadas e o prejuízo econômico alcançou R$ 87 bilhões, o equivalente a quase 2% do PIB gaúcho.
Ao mesmo tempo, o Pantanal e a Amazônia sofreram com secas históricas. Rios como o Solimões atingiram seus níveis mais baixos já registrados, enquanto a fauna local, incluindo os botos-cor-de-rosa, perdeu habitat essencial.
Eventos Climáticos Extremos: Incêndios e a Destruição de Biomas
Os incêndios florestais também bateram recordes em 2024. O Pantanal teve alta de 600% nos focos de incêndio em comparação ao ano anterior. Já na Amazônia, o aumento foi de 51% e no Cerrado, 70%.
Estes números alarmantes foram acompanhados por impactos profundos na biodiversidade. O Relatório Planeta Vivo mostrou uma redução média de 73% nas populações de vida selvagem monitoradas nos últimos 50 anos. O principal fator por trás desses desastres é a ação humana, como revelou o Laboratório de Monitoramento de Satélites: 99% dos incêndios no Brasil têm origem em atividades humanas.

Ameaça no Oceano: Aquecimento e Branqueamento de Corais
O aumento das temperaturas não ficou restrito à terra. O oceano, que desempenha um papel fundamental na regulação climática, atingiu temperaturas recordes em 2024. Em fevereiro, março e abril, as medições marcaram 21,17°C na superfície oceânica.
Esse aquecimento provocou o maior evento de branqueamento de corais já registrado, afetando 77% dos recifes do mundo. O fenômeno é crítico, pois deixa os corais frágeis e vulneráveis a doenças, ameaçando a biodiversidade marinha.
Redução do Desmatamento: Um Sinal de Esperança
Apesar dos eventos extremos, 2024 trouxe boas notícias. O desmatamento na Amazônia registrou uma queda de 30,6%, atingindo a menor taxa desde 2017. No Cerrado, a redução foi de 25%. Esses avanços refletem o sucesso de políticas públicas e ações de fiscalização mais rígidas.
No entanto, especialistas alertam que esses resultados precisam ser mantidos. O combate ao desmatamento ilegal ainda é um desafio que requer compromisso contínuo e ações robustas.
A Regulamentação do Mercado de Carbono
Outro marco importante de 2024 foi a sanção do projeto de lei que regulamenta o mercado de carbono no Brasil. A nova legislação estabelece limites para a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e cria mecanismos para compensação mediante créditos de carbono.
Se implementado corretamente, o mercado de carbono pode contribuir significativamente para a redução de emissões no país. Além disso, os manguezais brasileiros ganharam destaque como potenciais geradores de R$ 48 bilhões em créditos de carbono, impulsionando a economia de baixo carbono.
O Brasil e a COP30: Liderança Global
Em 2025, o Brasil terá a oportunidade de liderar as discussões climáticas globais como anfitrião da COP30, que ocorrerá em Belém (PA). O evento será um marco histórico, por acontecer no coração da Floresta Amazônica, bioma fundamental para o equilíbrio climático mundial.
Além de promover o debate sobre a justiça climática, a COP30 reforçará a necessidade de financiamento para países em desenvolvimento, que enfrentam os maiores impactos das mudanças climáticas.
O Que Esperar para 2025?
O próximo ano exigirá ações ainda mais ambiciosas para enfrentar os desafios climáticos. A regulamentação do mercado de carbono precisará ser discutida e implementada, enquanto os eventos internacionais, como a Conferência do Oceano, reforçarão a urgência de conservar ecossistemas marinhos.
Além disso, a adaptação às mudanças climáticas se tornará essencial. As Soluções Baseadas na Natureza surgem como alternativas viáveis para enfrentar secas, enchentes e ilhas de calor, beneficiando tanto o ambiente quanto as comunidades.

O Futuro Está em Nossas Mãos
O ano de 2024 deixou claro que os efeitos das mudanças climáticas já impactam nossas vidas. Enchentes, incêndios e secas revelaram a necessidade urgente de ações efetivas. No entanto, o avanço no combate ao desmatamento e a regulamentação do mercado de carbono mostram que o progresso é possível.
O Brasil tem uma responsabilidade global. Como anfitrião da COP30, o país terá a chance de liderar discussões cruciais para o futuro do planeta. As decisões tomadas em 2025 podem determinar se o mundo conseguirá frear os impactos climáticos ou enfrentar consequências ainda mais severas.
A mudança começa agora. Cada ação conta, e o Brasil está no centro dessa transformação.