Mulheres na Liderança. Entrar em um mercado tradicionalmente dominado por homens é como se aventurar em alto-mar com previsão de tempestades. É desafiador, intenso e, por vezes, exaustivo. Porém, acredite, navegar é preciso. Como mulher, CEO e participante ativa de um setor como o do plástico – notoriamente masculino – posso dizer que os desafios não são sutis. E a mudança, embora visível em nuances, ainda avança como tartaruga.
Participei recentemente de um evento da indústria, onde, pela primeira vez, vi várias mulheres em um mesmo painel. Foi inspirador. Mas, momentos como esses são a exceção, não a regra. No dia a dia, as reuniões de negócios ainda costumam parecer episódios dos anos 80, onde somos “as únicas” na sala. Já estive em situações onde minha participação era só mais uma “cortesia”. Vi mulheres serem silenciadas, desrespeitadas e questionadas de formas que nenhum homem ali jamais seria. Em uma dessas reuniões, testemunhei algo que, infelizmente, ainda não me surpreende: enquanto uma mulher tentava se comunicar via chamada, a interrupção constante e a atitude de “passar por cima” tornaram o ambiente sufocante. Era como assistir a uma peça de teatro de mau gosto.
Por que ainda toleramos isso?
Porque, para muitas de nós, mulheres que estão na liderança, não há escolha além de resistir e redefinir os limites. Porém, lutar todos os dias para se fazer ouvir e respeitar tem um preço. E a ironia maior? Quando você se defende com firmeza, a reação que costuma vir é clássica: “Nossa, tão nervosa?!”.
Mas aqui vai o meu ponto principal para quem está nesse caminho ou pretende liderar: ser assertiva não é uma falha, é um superpoder. Não espere que ambientes ou pessoas mudem sozinhos – estabeleça você os limites. O caminho da mulher CEO não é simples, mas é transformador.
Quer um conselho? Se você quer liderar, faça isso sem medo de desafiar expectativas. Defenda seu espaço, mesmo que te rotulem, porque é nesse incômodo que você pavimenta o caminho para outras mulheres. E lembre-se: não precisamos de permissões, precisamos de mais mulheres ocupando lugares. Não espere mudanças automáticas. Você é a mudança.
